O livro “Imaginarium – Dicionário de Monstros” é o novo título de Roberto Lanznaster, escritor, designer gráfico e ilustrador de Jaraguá do Sul. A publicação, que transporta ao mundo medieval e da antiguidade, leva seus leitores a lugares habitados por seres incríveis. Um mundo a ser descoberto por adultos e crianças.
Suas 126 páginas demonstram a essência do autor, responsável não somente pelo texto, mas também pela ilustração e projeto gráfico. Um trabalho sério e de muita pesquisa para traduzir a riqueza dos cenários desses seres imaginários. A narrativa do autor leva os leitores das areias escaldantes da Alexandria, no Egito da antiguidade clássica, até os picos gelados do Tibet.
O estudo para elaboração da obra levou Lanznaster a um profundo mergulho no contexto histórico. O projeto gráfico e ilustrações do livro têm como base a arte desenvolvida na idade média. Ele analisou os estilos das iluminuras e tapeçarias do período, além de mapas de geógrafos pré-cristãos, como Eratosthenes.
Com isto, a intenção é traçar um paralelo, levando o leitor atual, tão acostumado ao meio digital, a uma época mais artesanal, em que os livros eram escritos e ilustrados à mão.
A obra
O livro “Imaginarium – Dicionário de monstros” é uma reinvenção dos bestiários medievais. Os Bestiários eram um tipo de literatura descritiva do mundo animal – as bestas – muito comuns nas classes monásticas da Idade Média. Eram catálogos manuscritos feitos por monges católicos que reuniam informações sobre animais reais e fantásticos, tal como o aspecto, o habitat em que viviam, o tipo de relação que tinham com a natureza e a sua dieta alimentar. Eram livros alegóricos, por vezes claramente humorísticos e fantasiosos, em que a informação não derivava de conhecimento científico ou experimental, ou de observação no terreno das criaturas que eram descritas. Muitos destes manuscritos eram iluminados e tinham como objetivo estimular e conduzir a imaginação.
A proposta do livro é resgatar este mundo mágico e fabuloso, com textos inéditos e a compilação de criaturas de várias mitologias (grega, chinesa, persa, entre outras), muitas delas raramente abordadas em livros de fantasia. Cada capítulo (letra do alfabeto) inicia com o representante da “espécie”, a descrição de sua aparência, temperamento, local em que habita e alimentação. Os bestiários já serviram de inspiração para diversos autores, como Borges em seu “livros dos seres imaginários”.
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