Criando fora das 4 paredes

A Manada é uma empresa que tem uma postura diferente das demais, onde consigo frequentemente aplicar essa forma de trabalho (criar fora das 4 paredes) e alcançar resultados positivos tanto com os nossos clientes, quanto com os consumidores dos nossos clientes.

Crio para pessoas e não para paredes, acreditando nisso, vejo o computador e o “espaço de trabalho” apenas como o local para materializar a ideia. Acho fundamental uma boa pesquisa não só pela internet, mas também na rua, conversando com as pessoas, perguntando, sabendo, tentando entender o quê e como pensam. Essa é uma comunicação cada vez mais verdadeira, dinâmica, quase gourmet (já que esse é o termo da moda, kkkk). Nossa comunicação está cada vez mais de massa, porém cada vez mais pessoal, cada vez mais focada em comportamento, estilos de vida, etc. Com base nisso, realmente não consigo entender como tem muitas empresas/pessoas que ainda acham que lugar de criar é dentro de 4 paredes. Claro que empresas precisam que os funcionários cumpram cargas horárias, porém acho que ocupar o tempo de forma rica ainda é mais produtivo e é o caminho para trabalhos que conversem realmente com o novo consumidor.

Campeonato Brasileiro em Guaratinguetá – SP, com crianças e famílias do Brasil tendo contato com muitas culturas e classes sociais diferentes

Os exemplos são muitos: a criação de um folder enquanto ando pelos corredores dos supermercados, observando o que tem de novo em embalagens, impressão, vendo a reação dos consumidores e claro também consumindo; a criação do conceito de um prédio, fazendo passeios familiares envolvendo skate, música, arte, etc. Assim como esse texto, que tive a ideia e a amadureci vendo meu filho em uma etapa do brasileiro de skate no Vert in Roça, observando pessoas diferentes mas com algo em comum, e como diversas classes, e até estilos de vida, se relacionam com algo que é apresentado pelos filhos. Alguns já fazem parte dessa cultura chamada skate e outros caem de paraquedas: médicos, empresários, motoristas, vendedores, publicitários, advogados, etc. É um valioso exercício observar aqueles que são do skate e os que estão ali apenas acompanhando os filhos, quais as marcas de roupas, calçados, chapéus, bonés, bolsas, quais os carros, tipo de hospedagem, a alimentação que escolhem, até o tipo de educação dada aos filhos. Mesmo estando em um ambiente voltado para um esporte específico são muitas informações à disposição, você interage com pessoas com outros hábitos, de cidades e culturas distintas, Santos, Porto Alegre, Joinville, Florianópolis, Americana, São Paulo, Osasco, Guarulhos, Garopaba, Curitiba, uma mistura de praia, interior e capital. Muitas delas são pessoas que viajam constantemente, para a tão sonhada Califórnia dos skatistas e surfistas. Pessoas que tem opinião, formam opinião, ditam ou apenas seguem tendências. Acredito que tudo isso seja muito e ao mesmo tempo pouco (afinal é apenas uma parte do todo) para ajudar em um processo criativo fora das 4 paredes. A conexão física e depois através das redes sociais, a troca de experiências é muito rica.

Campeonato Brasileiro em Garopaba – SC, litoral de Santa Catarina, cidade do surf e da Mormaii, Free Surf

Fui influenciado por um livro que li ainda na faculdade – escrito por um dos caras que compõe as letras DPZ – que falava da importância de andar a pé e no meio das pessoas, que em todos os lugares conseguimos muita informação, no ônibus, no metrô, no trem. Lembro que certa vez propus a criação de uma campanha de PDV para uma loja de shopping dentro do shopping, onde seria possível observar e conversar com as pessoas. Claro que no pensamento fechado da empresa que eu trabalhava na época isso não aconteceu.

É por acreditar e viver essa mudança de comportamento frenética aliada à facilidade de criar uma ação de comunicação relevante usando apenas um celular em qualquer lugar do planeta, que penso que esse não é um caminho sem volta, mas uma solução muito bacana para a comunicação, para a sobrevivência de um negócio que, com tantas mudanças, é difícil prever o dia seguinte.

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